Como contei no post anterior, o tempo tava feio em Floripa, não deu nem pra olhar a cara do mar. Dormimos cedo e caímos cedo na estrada.
Ao invés de irmos por Porto Alegre, que seria um caminho mais longo e cheio de pedágios, resolvemos seguir pela serra rumo ao Canyon do Itaimbézinho que uns amigos indicaram, passar por Gramado e continuar a viagem até Santa Maria (nosso destino). O Maurício preferiu confiar no GPS ao invés de pesquisar melhor no google, ver um roteiro... e por isso nosso dia foi LOUCOOOO!!! hehee
Saímos de Floripa umas 5 da madrugada e pegamos a estrada rumo ao tal Canyon. A meta era parar nele pra tirar umas fotos, seguir pra Gramado/Canela pra almoçar, tirar umas fotos e se desse tudo certo já seguir pra Santa Maria.







O tempo começou a abrir na serra catarinense.. tava tudo lindo e maravilhoso!

Até que a estrada acabou. Passamos por um trecho onde o Exército estava construindo a estrada e não pedimos informação. Seguimos em frente felizes e contentes crentes que tava tudo ok. #quedó


Reparem no biquinho!! Tava mugindo, conversando com a gente hehe

Paisagem linda, sol brilhando, vacas pastando, o silêncio da natureza ... e o silêncio de nenhum carro passando pela gente. Estávamos no meio do nada, num chão de cascalho, andando a 20km e rezando pro pneu não furar.
Depois de duas horas nessa o Maurício aloprou e foi correr um pouco pra esticar as pernas.


Novos amigos. Somos desses que param na estrada pra conversar com os animais :)



E agora o ápice da viagem!!! Gente, tinha que ter uma câmera dentro do carro essa hora só pra filmar nossa cara!
Vimos no GPS que passaríamos por um rio. Eu já tava pronta pra fotografar, o Maurício com o celular na mão pra filmar nossa travessia e quando ele faz a curva nos deparamos com isso:

Bateu O desespero!!! Olha a largura desse rio.. olha essa ponte na água!!! Ficamos uns 10 minutos parados e perplexos. Depois de umas 3 horas percorremos só 50km numa estrada horrível pra acabarmos nisso. Voltar estava fora de cogitação e essa era a única passagem.
O Maurício andou pela ponte e como ela não movia com a correnteza, tomou coragem e disse:
"Não vamos voltar tudo isso... Vamos atravessar, se prepara!"
(...)
oi?

Juro que nessa hora quase borrei a calça hahah Em milésimos de segundos veio na minha mente todas as pessoas que eu amava e todas as coisas que ainda não tinha vivido. A minha reação foi tirar o sinto de segurança, abrir o vidro, me preparar pra sair do carro e nadar até a margem caso a ponte quebrasse... porque morrer eu não ía nem a pau!
Ele atravessou no maior cacete e era muito longe!!! Não era um rio, era um mar! Chegamos do outro lado e meu corpo tremia e o bonito ainda voltou na ponte pra filmar o rio.. Deeeeeeus do céu, que cagaço!

Eu não sei que rio é esse.. olhando no google me parece que é o Rio Pelotas. Depois da ponte o GPS não atualizou mais.. estávamos ferrados (mais ainda). Encontramos um cara logo em seguida e ele disse na maior naturalidade que a ponte está assim a anos e só caminhão não passa nela.
Cara, eu quase enfartei e você fala assim??? O.o


Andamos mais um tantão, mas depois da ponte quebrada o Maurício "sentou o pé". Descobrimos que nosso sedan é guerreiro porque depois de todas as pedras ele não fez barulhinho nenhum :D
Sério, esse deveria ser o nome da outra ponte!



Depois disso conseguimos chegar na cidade de Bom Jesus (Rio Grande do Sul). Eu já tava azul de fome, puta da vida pelo tempo que perdemos na serra e não queria mais ver porcaria de Canyon nenhum.
Pra aumentar meu "estado de putisse", o tio da lanchonete disse: "Tem duas estradas de terra que vem pra cá.. uma mais longa e mais rápida que dá pra andar a uns 80km e essa que vocês vieram.. ela é mais curta e bem ruim"
ah, vá!
(...)
Mas passou né? Apesar de nada ter saído como planejado, todos sobreviveram, ninguém se afogou, nem teve que nadar e nem viu Canyon nenhum. heheh
No próximo post, nossa passagem relâmpago por Canela e Gramado ❤